CHICOTEANDO


Quem é você que sempre dava a esperança de um futuro “bão”? Que era idolatrado se fosse o patrão e em qualquer desatenção, passou a ser a gota d'água? Hoje é você. Quem manda... Falou tá falado! Não tem discussão.
E na manhã seguinte, conta até vinte e atravessa a rua com seu passo tímido, esquecendo-se de inventar o perdão e como fosse um príncipe siga em resmungue: - Eu não entendo essa gente, Seu moço! Fazendo alvoroço demais.
Mas é que hoje a sua gente anda falando de lado e olhando pro chão. Você não ouve o samba que trouxeram? Trouxeram rosas e um doce. As rosas vão murchando e o que era doce acabou-se! Pois quando olhos nos olhos querem ver em sonho o que você diz: o que será, que será? Juro que não acreditei.
Quando vir nesta cidade tanto horror e iniquidade, resolver tudo explodir, não se afobe, não que nada é pra já. A lei tem caprichos e o que hoje é banal um dia vai dar no jornal. Amanhã tudo volta ao normal. Deixa a festa acabar, deixa o barco correr.
Só não me diga mais quem é você!

(Singela homenagem a Francisco Buarque de Hollanda)

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